
Quinta-Feira, o fim de semana batendo na porta. É hora de uma difícil escolha: tirar quatro modelos entre umas quinze gostosas para a gravação no Sábado.
Diz um amigo que essa é a melhor escolha do mundo e que qualquer um gostaria de ter esse problema pra resolver. Pode ser, mas sempre bate a dúvida de ter feito a coisa certa.
Mas existem alguns detalhes que sobrepõem a simples escolha por si só. Há que se levar em conta o desempenho para determinado trabalho, atender aos assinantes que às vezes elegem a preferida, enfim, no final tudo se ajeita.
O próximo passo é arrematar o roteiro que já foi discutido e aprovado, pensar nos desenhos de nós, material a ser utilizado, etc.
Pensando daqui e de lá, voltei no tempo e me lembrei de uma época em que me preparava para os workshops em São Paulo. Bons tempos aqueles, gente amiga e sincera do lado. Corações a mil e irmanados por um sentimento que batia forte no peito de toda aquela gente.
Chegava a dar frio na barriga, não pela falta de experiência, mas sim pela vontade de fazer bem feito, sem deslizes ou enganos. Por mais cascudo que se pudesse ser, realizar um workshop sempre é diferente.
Já tinha perdido as contas das play-parties que havia freqüentado, aqui e lá fora, principalmente, onde se expõe o trabalho aos olhos alheios. Mas, diga-se de passagem, dentro de uma festa fechada existe um público escolhido a dedo, que geralmente está acostumado a ver esse tipo de fetiche, enquanto numa apresentação didática como um workshop outros aspectos precisam ser levados em conta, como por exemplo, a possível presença de novatos ou curiosos que nunca tiveram contato com o assunto.
Acredito que na maioria das vezes dei conta do recado e pude ajudar a escrever uma pequena parte da história do bondage por essas bandas.
Desse tempo pra cá, a evolução alcançada pela divulgação do fetiche trouxe para dentro do ninho pessoas que buscavam alguma coisa nesse sentido, entretanto essa mesma condição cibernética tratou de espalhar pelos quatro cantos esta mesma gente, que ficou refém de uma tela de computador.
Com um simples toque no navegador tudo fica mais perto, o fetiche se apresenta em roupa de gala em sites, blogs ou canais de relacionamento, impelindo o corpo a corpo, a velha, mas encantadora magia de ver de perto, de sentir o cheiro dessa atmosfera única.
A gente se via mais vezes, sabia o que os olhos transmitiam num breve piscar, conhecia os gostos e perfumes de cada um que sorria ao se reencontrar.
Hoje, faço e refaço os nós nas modelos do site antes das câmeras acenderem a luz vermelha.
Planejo da mesma forma, vibro ainda como há tempos atrás, porém, sem a mesma intensidade, talvez por conta da ausência da assistência devida ou da falta da pele fetichista real do meu lado. Sei que posso recomeçar se estiver errado, mas tento ser eu mesmo procurando a fórmula perfeita por uma razão pessoal difícil de explicar, mas fácil de perceber.

Não me venham dizer que a cada três meses existe uma festa pra ir, um evento anual, quando na verdade nada é pelo menos parecido.
Talvez eu tenha despertado melancólico, ou foi essa chuva sem graça que me encheu de lembranças, sei lá, alguma coisa me fez sentir saudades de tudo e de todos. Nós somos assim, com nossas virtudes e defeitos e, por isso, penso sempre nas minhas escolhas ontem, hoje e sempre.
Saudades de você Barbara Reine...
Na foto acima, a modelo Vivian apresenta meu trabalho de bondage no site Bound Brazil.
A foto à esquerda é um flyer de divulgação de um Workshop realizado em 2000, na cidade de São Paulo, livraria Futuro Infinito, pelo Grupo Somos.
É meu amigo. Só sentimos saudade daquilo que foi bom demais, e essa saudade nos ajuda a fazer coisas no presente, que possivelmente nos trará um futuro como sempre ficamos a imaginar. Infelizmente não tive a oportunidade de participar destas festas, que com o tempo aos poucos foram se esvaindo, mas, hoje o presente nos traz esse blog e o site bound brazil, que com certeza são um divisor de águas para nós bondagistas de plantão, e quem sabe daqui a muito pouco tempo poderemos nos brindar com maravilhosas festas bondagistas. Por enquanto vamos continuar sentindo essa doce saudade do passado, aproveitar o que o presente nos dá, e sonhar com um futuro não muito distante.
ResponderExcluirTem gente que pensa que o trabalho é só prazeiroso. Claro que é maravilhoso amarrar belas mulheres.. Mas tem o lado técnico da coisa. Vc está fazendo um trabalho profissional e deve sempre zelar pela qualidade. Portanto, com certeza, perde horas a fio para escolher o enredo, tipo de amarração e até que tipo de mordaça combina mais com a cena. E ainda tem os chatos de plantão (e me incluo neles) sempre pedindo isso ou aquilo. Falando nisso... eu gostaria de ver em breve um set com mulheres de meia calça e amarradas com silvertape. Sinto tbam falta de botas e de mordaças com stuff gag (principalmente as proprias meias ou a propria calcinha da modelo). Ficam as sugestões, para não fugir a regra do "chato". Um bom final de semana e boas filmagens.
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