quinta-feira, 9 de julho de 2009

O Dia Que Virei Suco!


Na verdade todo mundo gosta de falar de coisas que deram certo e ninguém sai por aí falando de micos, de vaciladas, derrotas, coisas assim.
Pois chegou a hora de revelar as famosas roubadas.
Era uma morena daquelas que ninguém desvia o olhar. De babar mesmo.
Eu, com meus vinte e um aninhos nas costas, um humilde discotecário (na época DJ era discotecário mesmo!) da casa noturna que ela era habituè, mantinha o olhar vidrado naquela Deusa e já a havia comido durante o banho várias vezes ininterruptas. Era muita bronha, dia após dia sem a menor cerimônia.
Inatingível, cobiçada, nunca me passou pela cabeça nada além de um simples “oi” que ela balbuciava quando passava pela cabine e sempre dava de cara comigo.
Um dia, Valentina (nome real mesmo, afinal lá se vão anos e ela nem deve lembrar) pediu uma musica e ficamos amigos. As punhetas aumentaram consideravelmente devido a proximidade.
Até que numa Quinta-Feira sem graça ela bebeu um pouquinho a mais e não quis ir embora com as amigas, só queria dançar até o final como nunca havia feito antes. Passou horas na pista de dança, às vezes solitária, exibindo seu corpo perfeito diante de olhares libidinosos dos sacripantas.
Lá pelas tantas chegou bem perto e insistiu em me chamar para dançar. Com a casa vazia, já com os gatos pingados não menos embebidos em álcool, deixei a timidez de lado e me entreguei ao balé frenético entre doses de whisky. Nem pensei na possibilidade de me mandarem arranjar outro emprego, só tinha olhos pra aquela maravilha de morena de quase um e oitenta de altura.
Devido ao estado etílico da mulheraça não foi difícil trocar beijinhos e arrastá-la para o primeiro motel. Alegre pela bebida e feliz pela conquista, parti feito louco com a melhor mulher da casa, linda e maravilhosa no banco do carona do fusquinha. Aliás, deve ter sido uma das melhores bundas que aquele velho banco teve o prazer de dar abrigo!
Escolhi a melhor suíte sabedor que deixaria ali boa parte do meu mísero salário suado, mas o que é um peido pra quem está com calça borrada? Era apostar todas as fichas ou sair do jogo.
E lá dentro começou um jogo que já estava desesperado pra participar, afinal já havia feito tanta preliminar pensando nela que seria apenas carimbar o passaporte pra felicidade. Porém, me dei conta após centenas de beijos e roupas tiradas que o Zé Mane lá embaixo seguia dormindo qual gato em saco de armazém.

Comecei a ficar apavorado e procurei a primeira coisa mais fácil pra bolar um bondage rápido que fizesse o pinto desgraçado dar o ar de sua graça. Peguei o cadarço do tênis, era o mais próximo, lógico, e nem precisei falar nada, ela já estava em estado de tesão absoluto e topava qualquer fetiche aquela altura do jogo.
Amarrei suas mãos e a fiz tremer da cabeça aos pés. Cartas na mesa, eu era o dono do jogo e tinha aquela mulher inteirinha na minha mão. Só não contava com a minha incrível falta de apetite momentânea e num piscar de olhos cheguei a triste conclusão que havia broxado.
E dá-lhe língua e dedo pra fazer aquela mulher gozar, mas em certo momento ela pediu, rogou, implorou pela participação do instrumento. Só que eu não tinha um confiável...
Muito a contra gosto tive que confessar, docemente constrangido mandei aquela velha conversa tipo “não sei o que houve”!
Ela deu um sorriso amarelado e tentou me dar uma força. Nada, nem um guindaste faria o Zé Mane acordar do sono profundo em que se metera. A vergonha já me coloria o rosto de vermelho e se pudesse teria metido à cara no vaso sanitário ou cortado o pinto com uma gilete.
Me lembro que olhava aquelas pernas esbeltas e abertas e fiquei mais depressivo que meu pênis desacordado. Era a primeira broxada na vida. Pensei em tantas outras mulheres “menos interessantes” em que sequer havia dado sinais de negar fogo e fiquei sem entender o que estava acontecendo.
Diante de tanta tentativa inglória a Valentina desistiu e quis ir embora.
Arrasado e vencido, jurei vingança ao pênis traidor pelo mico que me fez passar e o ameacei de morte caso voltasse a ficar de prontidão outra vez que eu pensasse naquela mulher ou naquela noite.
Naquele dia tive a certeza de ter virado suco pela primeira vez...

3 comentários:

  1. Acontece nas melhores famílias...rs

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  2. O post me rendeu boas risadas, desculpe! Hahaha
    Creio ser essa a intenção, e por isso não me calei.

    Sua falta de sorte deve ter sido a ansiedade de ter nas mãos tão cobiçada mulher. Mas é certo que foi frustrante - principalmente pra você...

    Posso finalizar essa parte do comentário com um "acontece com todo mundo. Aquele com quem não aconteceu ainda, é fato que há de acontecer!"?

    Ah, faltaram os créditos da imagem, que é de um blog onde essa mocinha maravilhosa exibe seus corsets e modelitos muitíssimo sensuais...

    Beijos!

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  3. Querida Sophia,
    Esse blog sentiu sua falta e de seus comentários inteligentes.
    Pois saiba que esta é uma história real, aconteceu mesmo e todos os personagens (2) são verdadeiros, e nunca houve mera semelhança, pelo menos quanto aos que viveram o fato.
    Você tem razão, sempre

    Beijos

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