segunda-feira, 15 de junho de 2009

Direito de Resposta?


Não, definitivamente ninguém quer expor a mulher a nenhuma situação degradante.
A matéria de hoje começa com essa frase e responde a uma leitora do blog que, infelizmente, não entendeu o conceito de bondage, aliás, love bondage.
Poderia escrever uma redação sobre o assunto ou fazer uma montagem de vários tópicos deste blog que explicam o que é o fetiche, mas preferi negar com veemência a afirmação de nossa amiga que compara mulheres amarradas com situação degradante e vexatória.
Há aqui dois fatores que precisam ser esclarecidos. Primeiro a realidade do fetiche praticado entre duas pessoas e, segundo, o trabalho mostrado pelos sites fetichistas.
Quanto à prática, vale lembrar que salvo raríssimos casos, bondage é praticado por duas pessoas, sendo assim partimos do princípio que existe anuência consensual de quem se deixa imobilizar para dar ou ter prazer dentro de uma relação.
E os sites? Bom, nos portais as modelos se exibem e apresentam o trabalho a um público que aprecia esse tipo de fantasia e entende o fetiche na sua totalidade. Para essas pessoas que freqüentam essas páginas na internet, é a chance de um aprendizado de técnicas e, acima de tudo, uma mostra de suas fantasias sexuais.
Portanto, em poucas palavras, esse é o conceito básico e a razão da existência desses canais onde quem procura e participa reconhece o terreno que está pisando.
Concordo que existem casos de pessoas que digitam algumas palavras num site de busca, como o Google ou o Yahoo e por acaso vêm parar aqui, como deve ter sido o seu caso. Algumas voltam por curiosidade ou nunca mais aparecem.
Assim é a vida e já aconteceu comigo quando busco outros assuntos.
Não existe direito de resposta a um assunto que não esteja diretamente vinculado conosco, mas se mesmo assim você desejar expressar a sua opinião contrária ao que é apresentado aqui nesse blog, os comentários estão disponíveis para que seja descrito todo seu desencanto com o fetiche de bondage, e detalhe: eu não modero comentários, por isso e por achar que a democracia é um conjunto de práticas públicas, o espaço está a seu inteiro dispor para escrever o que quiser, sem censura, na íntegra.
O fetiche é particular e não tenho procuração de nenhum praticante para defendê-los quanto à opinião de terceiros, porém, devo preservar o que escrevo diante de uma visão tão pobre que você demonstra em seu email.
Em resumo, te convido a entrar na nossa realidade através da leitura para que você possa ter pelo menos o entendimento do que se faz em nosso mundo, porque aqui ninguém morde ou arranca pedaços, e muito menos empurra velhinhas escada abaixo. Somos normais e pregamos o respeito mútuo a todas as práticas fetichistas que conhecemos, embora nos reservando ao direito de só praticar o que é do nosso interesse.
Posso te garantir que a beleza do fetiche está nos olhos de quem sabe enxergar.
Isso é tudo.

Obrigado por acessar esse blog!

6 comentários:

Nauticus disse...

certa vez saiu uma matéria sobre bondage na Revista Vip. Tenho essa edição e podemos algum dia fazer uma matéria sobre bondage e fetiches na mídia (revistas, jornais, televisão, rádio). Mas, enfim.. mostrei a matéria para minha mulher e ela achou legal. Teve a "ousadia" de levar a revista para o trabalho para mostrar para as colegas. Os comentários foram diversos: desde mulheres que acharam interessante (algumas provavelmente pararam na primeira banca para comprar um exemplar) até mulheres que acharam algo terrível e fizeram questão de comentar algo do tipo: - "credo, não sou vaca para ser amarrada!"
Esses dias apareceu um truque de mágica em um programa de TV onde o cara era algemado. Um amigo meu falou: -"nossa.. .isso aí é sadomasoquismo!". Puxa.. cadê as chicotadas então? Cera quente sobre o corpo? Choque nas partes íntimas? Queria ter dado uma aula para ele sobre o assunto... mas deixa pra lá. Melhor.
O que existe é o desconhecimento e o preconceito.
Só recomendo uma coisa para qualquer pessoa que queira se manifestar sobre temas como fetiche, bondage ou qualquer outro tema que possa ser polêmico: antes de mais nada, procure informações sobre o assunto. Procure saber as origens históricas, culturais, os prós e contras, etc.
bem.. é isso.. espero ter ajudado no esclarecimento deste tópico.. abraços

Anônimo disse...

Uma vez "orientada" em sua bela matéria, sigo seu conselho e publico um comentário não moderado (assim espero!) sobre o texto que enviei por email e você, gentilmente, tornou público.
Veja, entrei em sua página por acaso mesmo e achei um horror apregoar maus tratos às pessoas e exibir mulheres indefesas como um troféu.
Mas vá lá que eu até ache graça porque tem bastante gente que participa (basta ver pelos seus números elevados) e só passo a buscar entender como existem homens que conseguem ejaculações mórbidas com tudo isso.
Tenha a santa paciência, porque o que vejo numa mulher amarrada para satisfazer um homem machista é violência pura e insensível.
Respeitar o que vocês gostam e apregoam é realmente um direito que existe, mas não consigo respeitar as mulheres que se sujeitam a esse tipo de situação.
Mais do que "objeto" acho que essas mulheres deveriam sentir vergonha de serem exibidas em público em cenas dantescas.
Muito obrigada por sua atenção e por tentar me convencer a aceitar essa encenação vexatória.
Helena.

ACM disse...

Prezada Helena,
Democracia é isso, e seu comentário está aqui à disposição de quem queira saber da sua opinião.
E por falar em opinião, a sua merece respeito embora eu seja totalmente contra e ache que você está enxergando tudo do lado do avesso, esquecendo-se do que é fundamental: consensualidade, ou seja, ninguém faz nada forçado ou sem consentimento.
Se tornei pública a sua mensagem foi porque achei relevante o debate quanto a uma opinião contrária, o que me permite explicar o fetiche para quem busca informação. Em nenhum momento tentei ser inoportuno ou oportunista.
Não existe machismo em assuntos fetichistas quando inúmeros sites e blogs apregoam homens como submissos.
Mais uma vez agradeço sua presença no blog e seu comentário.

Nauticus disse...

Querida Helena.. Submissa é a mulher que vive com a barriga encostada no tanque, lavando roupas, ou no fogão, cozinhando para um marido que não saberá reconhecer sequer o seu esforço. São mulheres subjulgadas à escravidão em nome do amor e dos falsos conceitos de casamento perfeito. Vexatória é a situação da mulher que apanha em casa e não pode nem ir reclamar na delegacia, pois tem medo de apanhar mais. Dantescas são as cenas de mulheres com punhados de filhos que nem têm o que comer.
Na nossa visão, as mulheres que aparecem neste e em outros sites, são modelos, lindas, maravilhosas, que realizam nossas fantasias fetichistas. Mereceriam, sem sombra de dúvidas, uma estátua em nossa sala de estar. Nós somos fâs delas. Nós é que beijariamos o chão que elas pisam. Elas são idolatradas. São nossas musas.
10 entre 10 homens que curtem o bondage sonham em casar com essas modelos. Com certeza seriam tratadas como rainhas... e já devem ser tratadas assim em suas vidas privadas. Não há nada de degradante nisso. É um trabalho de modelo como qualquer outro.
O que existe é o preconceito das pessoas. As pessoas pensam que são garotas de programa, biscates, vadias (com o perdão da palavra). Por isso muitas dessas mulheres ainda tem isso como profissão paralela.. quase secreta. Mas não tem problema não.. nosso fetiche também é clandestino, quase indivulgável, não fosse a iniciativa de alguns poucos corajosos, como nosso amigo ACM.
Dedico esse comentário para todas as modelos de bondage e demais fetiches, famosas ou nem tanto.
abraços

Aninha Telles disse...

Taí, gostei dessa conversa.
Ainda existem pessoas tão preconceituosas que nem cabe em seus belos corpinhos mal amados.
Que mal há em satisfazer a fantasia sexual do parceiro?
E se por acaso meu tesão for vê-lo vestido de catador de lixo, por acaso será tão humilhante assim entre 4 paredes?
Tenha a santa paciência você meu amor com seus conceitos feministas de 1950!
Posso jurar que ninguém me colocaria uma rédea para entrar comigo em um supermercado, mas na cama é apenas uma questão de conversa.
E quanto as modelos, acho ser um trabalho como outro qualquer porque somente demonstram as formas como o fetiche deve ser praticado.
Tchauzinho darling, e busque emoções em sua vida provinciana.

Sophia disse...

Estou afastada da leitura do blog devido à vida profissional... Assim que "fujo" dos deveres para relaxar, quantas novidades econtro aqui!

Nauticus, muitíssimo obrigada pelas palavras - conseguiste exprimir tudo que passou por minha mente, e ainda foste além.

Não me senti violentada, abusada, ou qualquer coisa desse tipo. Afinal, como frisado pelo ACM, tudo é feito de comum acordo.
Para minhas fotos, tive inclusive incentivo do meu marido - que apesar de não ser bondagista gostou do resultado.

É uma pena que não respeites os gostos dos praticantes... (assim deu a entender seu comentário)
Sem mais.