
Dizem por aí que quando um casal transa na escada de um prédio e existe o perigo de aparecer alguém para dar o flagra, as sensações triplicam e o tesão fica mais intenso mostrando que o medo é capaz de modificar as emoções.
E quem já experimentou tais sensações deve concordar com essa tese, pelo menos dentre as pessoas que eu conheço e já passaram por isso a aceitação é geral.
Nesse conjunto o fetiche é outro caminho que pode despertar essas emoções, principalmente se alguém tem os movimentos restritos e a impossibilidade de reagir aos estímulos de quem comanda a festa.
Entretanto, ressalte-se que assim como a transa na escada é uma decisão tomada a dois, com o fetiche esse principio consensual é mais necessário ainda, mesmo que alguns pequenos detalhes fiquem de fora. E que detalhes seriam esses? Vários, porque o ideal é que a pessoa que participe de qualquer prática fetichista tenha sempre uma sombra de dúvida sobre o que poderá ocorrer, justamente para que aquela pontinha de curiosidade se transforme no medo necessário para dobrar a excitação.
O escuro, o que está na porta ao lado, sempre aguçam os sentidos e quando inserido dentro de um contexto sexual fica evidente que as reações das pessoas se modificam e por isso, quando existem desejo e vontade de realizar uma fantasia ela tem que ser bem elaborada, e quem participa deve entrar de cabeça e viver aquele momento, caso contrário à coisa não funciona.
Como aparecer vestido de policial na frente da mulher amada com um par de algemas na mão e ouvir uma sonora gargalhada? A casa cai na hora, acaba a graça do enredo e vai tudo para o ralo... As conseqüências são desastrosas e podem até colocar em risco a relação, tanto pela humilhação de se ver diante de uma cena patética como pelo pouco caso quanto ao esforço dispensado.
Quem quer viver uma fantasia deve idealizar cada detalhe, por completo, e entrar naquele mundo imaginário mesmo que seja por poucas horas ou minutos, criando uma relação com o quadro como se fossem atores ao abrir as cortinas de teatro.
Nesses anos de experiências com fetiches, em palestras, workshops ou aqui mesmo através dos emails recebidos e no contato com leitores, já li e ouvi coisas de arrepiar os cabelos, desde descaso com o que é preparado até comentários escabrosos antes, durante ou depois da fantasia realizada.
Mas no meio desse contexto existem os casos perfeitos, aqueles que são planejados e executados com êxito, com a conivência de ambos e efeitos maravilhosos de quem ousou viver uma dessas aventuras, explorando os limites entre o consciente e o imaginário, fazendo do mundo real o palco para uma deliciosa brincadeira de adultos.
Pseudos bombeiros, policiais, taxistas, vagabundos, militares, (até mendigos já ouvi falar), todos esses personagens que os homens costumam incorporar contracenam com prostitutas, enfermeiras, aeromoças e tantas outras fantasias que as mulheres adoram interpretar, isso é fetiche e não existe outra conotação.
As fantasias que começam no carro, como um conhecido que alugou um táxi para seqüestrar a mulher vestida de prostituta parada numa esquina deserta e levá-la amarrada para um motel, são as mais excitantes, porém as mais simples, realizadas em casa, também provocam um efeito muito bom para quem as pratica.
O sexo povoado de fantasias e jogos eróticos tem sempre um “q” a mais e diversos blogs apresentam uma boa literatura com esse tema, sem necessariamente falar de fetiches, como o “Íntimo e Pessoal” do Ricardo e da Nathalia com link aqui ao lado.
Só não fique na vontade, vá em frente sem medo de ser feliz...
Um comentário:
Boa A.C.M.
Achei uma ótima correlação entre motivos que estimulam o lado sexual das pessoas.
Muitas pessoas tem fantasias como transar com a aeromoça ou transar no elevador ou até se vestirem de prostitutas para seus maridos.
Quando falamos que gostamos de amarrar ou ser amarrado, que nada mais é do que uma fantasia igual as outras acima citadas,algumas(muitas) pessoas se assustam.
Acho que sua colocação é um bom argumento para elas refletirem e perceberem que fantasias, seja elas quais forem, são normais e que em vez de ter medo, deveriam aproveitar o estímulo que elas causam e que poderiam resultar em melhores relacionamentos do casal.
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