quarta-feira, 13 de maio de 2009

Nunca Desista


O cara chegou, foi se ajeitando e no meio da conversa sobrou um papo de numa transa qualquer e disse: - ela veio com uma fita vermelha e com uma história de apimentar o sexo, mas quando começou a me amarrar na cama fiquei puto, arrebentei tudo e parti pra cima dela. Idéia de maluco!
O sujeito está cheio de sorte e manda tudo pro espaço, quem diria...
Agora eu pergunto: e a garota? Imagina a cara de desolada da pobre coitada. Criou coragem, achou que ele era o cara certo, se preparou pra festa e saiu com ares de idiota chegando ao circo.
Faltou pouco para eu pedir o telefone dela, embora nem mesmo soubesse se o fato ocorreu há tempos ou é coisa recente, e como nossa amizade vem de outro canto da vida sem ser esse aqui, é lógico que o individuo nem imagina sobre o que penso a respeito do assunto, apesar de ter comentado ao ouvir o episódio que nada tinha demais em aceitar tal proposta.
Mas ela não é a primeira e não será a única a receber esse tipo de cortada de final de superliga de vôlei, porque quem é fetichista e se atreve a apresentar suas cartas para o jogo normalmente sai chamuscado, salvo raríssimas exceções quando rola uma química. Aí é só partir para o abraço!
Fetichista é como fumante em busca de espaço para exercer seu vício desde que não prejudique ninguém, mas só não pode entrar na lista de extinção. A mídia acaricia com uma das mãos e atira pedras com a outra, acha cult usar cenas fetichistas em fotos de artistas, exibir acessórios nas capas de revistas, ao mesmo tempo em que renega os praticantes.
Já li em artigos aqui e no exterior que o medo de se envolver com um fetichista é maior que o preconceito para muita gente de fora do circuito, e isso parte de pessoas totalmente esclarecidas com formação superior, inclusive na área de ciências humanas, como psicólogos que deveriam procurar entender o assunto antes de emitir esse tipo de parecer.
Todavia ninguém está aqui tentando convencer as pessoas a ter prazer com dor ou fetiches mais contundentes onde é preciso um impulso bem maior para aceitar e praticar, falo de coisas simples, fantasias sexuais com limitação de movimento, paixão por pés, seqüestro planejado, ou seja, gostosas brincadeiras que como bem disse nossa amiga a quem menciono no começo do tópico, que não fazem mal a ninguém, embora os adeptos de jogos mais abrasivos também tenham seu espaço e devido valor, portanto, assim como qualquer ser humano, são livres para fazer propostas a quem quer que seja e torcer pela aceitação.
Na vida há hora pra tudo e não adianta colocar a carroça na frente dos bois, porque o que vale mesmo é ter o feeling perfeito e esperar o momento certo.
Então esteja preparado para tomar umas quinhentas cacetadas na cara toda vez que vier a vontade fazer uma proposta a alguém, ainda que seja considerada por muitos indecente, só não desista, insista, porque sempre há um sapato velho para um pé cansado...(Podolatria pura!)

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