terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

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Grupos existem para que se possa exercitar o princípio do relacionamento.
Hoje, a internet pauta por exibir uma série de canais de relacionamento social onde qualquer um pode criar um perfil, mostrar um pouco de si mesmo e, enfim, buscar pessoas que tenham ao menos uma co-relação de pensamento.
Espelhados nessa mesma lógica, milhares de grupos e listas povoam essa mesma rede internacional de comunicação, sempre com o principio básico de reunir pessoas de diversos lugares numa mesma corrente de idéias.
Daí criou-se as comunidades que reúnem gente que comunga na mesma ordem e sentem-se atraídos por determinado assunto.
E toda essa roda gira de forma infinita e cresce assustadoramente, como um golpe de Estado, uma conspiração de idéias onde qualquer um pode lançar uma informação e todos correm ao local indicado para saber do que se passa. Isso, num simples clique no endereço digital.
Fantástico!
Ninguém iria imaginar a algum tempo atrás que isso seria possível, ou que poderia estar ao alcance de tanta gente. Mas foi assim que certos temas de pouca notoriedade alcançaram divulgação. Restritos a pequenos segmentos sociais, esses ritos deixaram os guetos e difundiram-se pela sociedade através desses segmentos sociais que possibilitaram a sua expansão atraindo pessoas que, mesmo no anonimato, encontram o objeto de desejo nesses pequenos espaços.
E o fetiche veio dos guetos onde ainda é praticado e da imaginação dessa gente que freqüenta as listas, os sites de relacionamento e hoje aparece em ensaios de moda, peças de teatro ou exibições de dança contemporânea. Aos poucos vence barreiras, se despe da comparação com pornografia e atrai modelos e fotógrafos cansados de praias desertas ou paisagens paradisíacas.
Quem nunca sonhou com uma “Tiazinha” na porta do quarto?
Porém, para que esse espaço seja preenchido é preciso que o fetiche praticado por aqui tenha qualidade e excelência. Essa identidade é extremamente necessária para que haja uma integração maior, que traga pessoas que possam ser cada vez mais participativas.
Se levarmos em conta que esse assunto é “mito” para uma grande parcela de nossa sociedade, veremos cada vez mais distante essa luz.
Num país como o nosso, onde muita gente trabalha em silencio para que isso se torne realidade, é muito difícil assumir uma conduta num universo povoado por dogmas e conceitos arraigados no começo do século passado. A ânsia de encontrar resposta para o que se prega, faz com que essa luta seja sem tréguas e alcance pequenas conquistas que somadas dariam nos dias de hoje uma representação bem maior do que há alguns anos atrás. Mas ainda é pouco.
Quando vejo um site como o Bound Brazil que tem em três meses e meio, uma freqüência de acessos diários na casa de mil visitantes, onde somente vinte e cinco por cento são oriundos de países latinos americanos, esses dados assustam. E essa co-relação é a mesma para o numero de membros ativos, mantendo um padrão muito abaixo do que poderia render.
O fetiche de bondage atrai muito mais a estrangeiros acostumados a essas práticas do que a brasileiros que preferem não apostar no novo, no inédito. Por essa razão, o site cresce internacionalmente e mantém uma participação cada vez menor de brasileiros que pela primeira vez têm a oportunidade de visualizar o fetiche no próprio idioma.
Por isso a necessidade de revolucionar a mentalidade e a cultura das pessoas.
Para isso, a importância da criação de grupos, listas, sites de relacionamento onde essa lógica pode ser alterada.
Outros exemplos além do Bound Brazil comprovam também essa pequena procura pelo que se faz por essas bandas, mas prefiro deixar apenas esse exemplo que acompanho de perto e tenho total acesso aos números.
Ontem, recebi uma mensagem de um amigo da Venezuela chamado Jose, que se queixava da inexistência fetichista em seu país, a qual considera nula, e desesperado buscava uma troca de idéias com alguém que lhe pudesse compreender. Tornou-se membro do Bound Brazil e visualiza o fetiche em terras latinas através da face de suas conterrâneas.
O exemplo é claro, porque por menor que seja nosso coeficiente ainda existem dados mais inexpressivos para serem comparados.
Sei que para meu empreendimento o resultado comercial está totalmente ligado ao desempenho do site lá fora, mas como um espadachim ainda busco maneiras de divulgar um trabalho que é realizado aqui dentro, bem debaixo do nosso nariz, em plena cidade do Rio de Janeiro.
Contra todas as estatísticas, ainda tenho esperança de que esse quadro pode sofrer uma reviravolta favorável num tempo menor do que se espera, mesmo que essa atitude não possa traçar um paralelo de sucesso comercial, porque nem tudo na vida se mede em cifras.
As meninas do site empolgam pessoas de outros lugares experientes nesse processo, assim como a maneira como o fetiche é tratado no nosso trabalho. Então pergunto: quando isso vai acontecer por aqui?
O tempo dirá.

Um comentário:

  1. o problema no brasil ainda é o preconceito. Muitas vezes da própria pessoa que pratica o fetiche, mas sente vergonha de assumir perante outras pessoas. Contar para uma amiga que gosta de bondage, que faz fotos sobre o assunto, ou que acompanha um site, pode significar o fim da amizade. E o risco da "mui amiga" espalhar por aí que a menina é pervertida e tal... Entre os homens idem, com a diferença de que homem pervertido não é tão mal visto. Mas o site está aí, ou seja, a semente está lançada. Outros fatores tbem ajudaram nos últimos dias o bondage ser divulgado, apesar de mal divulgado por algumas pessoas, que ainda distorcem as coisas. Como vc disse, já está presente em ensaios de moda, passarelas, filmes, novelas. Mas a planta tem que ser regada diariamente, tratada contra infestações, tomar sol, fazer fotossíntese para aí sim crescer bela e formosa. Assim tbem é com o nosso fetiche. Tratem-o com carinho.
    Abraços

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