segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Les Fruits de la Passion (1981)


Pauline Réage escreveu a continuação da História de “O” que também foi retratado pelo cinema no ano de 1981. No Brasil, exibido com o título Frutos da Paixão baseado no original francês e também com o subtítulo de Retorno a Roissy, o filme remonta ao final dos anos vinte e os cenários dos grandes bordéis da época.
A trama se desenrola na cidade de Xangai onde uma jovem e linda mulher também chamada de “O” interpretada pela atriz Isabelle Illiers, nutre uma paixão fervorosa por um homem milionário e muito mais velho (Klaus Kinski no papel de Sir. Stephan), decide provar sua devoção e amor infinito entregando-se a outros homens para as mais tórridas relações sexuais.
Entretanto, o Senhor Stephan antes apreciador das atitudes de “O”, sente-se ameaçado com as suas escapadas imaginando que por trás da infidelidade pudesse surgir algo mais sério o que acaba acontecendo e “O” apaixona-se por um homem mais jovem em meio as suas aventuras sem limites. Porém, o aspecto fetiche fica bastante claro ao espectador quando as prostitutas companheiras de “O” relatam em flash-back seu passado tentando explicar sua presença naquele local e suas tendências fetichistas, como por exemplo, o caso de uma de suas amigas que explica o porquê comportar-se como cadela durante suas fantasias pelo fato de ser tratada assim durante a adolescência.
A partir de então, Sir. Stephan inicia um processo de provar a submissão de sua amante através de relações sadomasoquistas com os clientes do bordel e o cenário político conturbado da época contribui para tornar esses aspectos cada vez mais perigosos e, porque não dizer, atraentes para quem enxerga o filme pelo lado fetichista.
Com direção do japonês Shuji Terayama o filme passa longe do consagrado História de “O” da mesma autora, as cenas de sexo exploradas são de baixa qualidade e o fetiche que seria o pano de fundo do enredo é retratado de forma muito simples e pouco objetiva.
Não fosse o talento de Klaus Kinski (1926-1991) pai da atriz Nastassja Kinski ou Natasha Kinski o filme se perderia no esquecimento, fica somente o fator de relacionamento entre os personagens, a busca incessante do amor por parte de “O” e a eterna duvida de Sir. Stephan por estar se relacionado com uma mulher muito mais jovem. A direção do filme deixa muitos questionamentos que deverão ser levados em conta e respondidos pelo espectador, o que em minha opinião deixa a película bastante monótona.
Porém, Frutos da Paixão ou se preferirem Retorno a Roissy pode ser considerado mais um clássico do fetiche que o cinema levou às telas nos anos setenta e começo dos anos oitenta, principalmente aproveitando ótimas obras literárias que possibilitaram a confecção desses trabalhos. É de lastimar, entretanto, que alguns roteiros de boa qualidade não refletiram impacto maior quando foram para o cinema, e isso talvez tenha ocorrido pela falta de recursos ou pela incapacidade de traduzir o que foi desenvolvido pelos escritores para a realização cinematográfica.

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