terça-feira, 28 de outubro de 2008

Fetiche Virtual


Até que ponto praticar fetiches de forma virtual engorda o apetite sexual?
Exemplos não faltam e cada vez mais milhares de pessoas pelo mundo inteiro aderem a esse tipo de fantasia através da tela de um computador. Os fabricantes de equipamentos eletrônicos inventam, criam e aperfeiçoam brinquedos que aproximam a fantasia da realidade a cada dia. Câmeras integradas ao sistema conseguem mostrar ao vivo uma pessoa praticando self-bondage recebendo ordens de seu mestre a cada laçada que completa uma sessão, é possível uma pessoa introduzir um pequeno vibrador e a velocidade ser controlada por quem dirige a cena, fazendo com que virtualmente o orgasmo seja conduzido. Basta um toque no mouse, mais rápido ou mais lento de acordo com a vontade de quem ministra e da aquiescência de quem se submete. Simples, prazer sem sair de casa.
E onde fica o calor carnal, o toque, o cheiro e a mistura?
Como explicar a um podólatra que aqueles lindos pés que aparecem na sua tela servem somente para ser admirados? Pode ser um pé europeu, asiático, africano, latino-americano, de qualquer lugar porque para a internet a distancia não existe.
Por mais voyeurismo que exista dentro de cada um, se o fetiche virtual for encarado como aprendizado acho que se encaixa totalmente dentro do contexto, porque funcionaria como um ponto de partida antes da ebulição, ou simplesmente, eu esteja ainda no tempo das diligencias.
Claro que nos dias de hoje qualquer envolvimento deve ser tratado com o cuidado que se faz necessário, ainda mais em se tratando de práticas pouco convencionais onde uma pessoa torna-se presa fácil de alguém mal-intencionado estando indefesa, mas há bem pouco tempo atrás esse conhecimento e futuros encontros aconteciam através de cartas em sessões de fóruns de revistas adultas e era bem mais complicado. O mundo evolui a cada segundo de uma maneira espantosa, mostrando que muitas coisas que hoje acontecem naturalmente jamais seriam imaginadas a alguns anos atrás.
Fico imaginando que a qualquer momento poderá ser inventado um sádico virtual. Com um teclado padronizado para a prática de SM alguém poderia apertar a tecla de chicotada e um brinquedo antes imóvel, ganharia movimentos castigando as costas do masoquista do outro lado do mundo. Seria suficiente essa brincadeira tornando-se capaz de satisfazer aos impulsos que quem as pratica? Para muita gente é a única saída e, por isso, esse mercado cresce de maneira avassaladora.
Muitos sites transmitem ao vivo sessões sadomasoquistas pela internet, alguns inclusive foram motivos de matérias nas páginas do blog, mas é algo perfeitamente aceitável porque funciona como um filme ou novela, com a diferença de estar sendo praticado em tempo real por pessoas adultas que exibem sua arte a quem interesse aprender e admirar.
Um amigo, bondagista por excelência, contou que conduz sua parceira a quem só conhece pela webcam a sessões de bondage e alcançam um prazer indescritível toda vez que praticam, e pasme, ele mora em São Paulo e ela em Portugal. Cada vez mais satisfeitos juram inclusive que são monogâmicos e que só praticam entre eles de forma virtual, claro que um dia esperam se encontrar e fazer em carne e osso, assim que se julguem prontos para tal.
Portanto, vários são os exemplos e diferentes são as situações, porque muita gente que faz uso da internet diariamente acaba envolvida por essa atmosfera que não para de crescer. Pode ser que num futuro bem próximo se possa reproduzir através de ondas eletromagnéticas o cheiro de uma fêmea numa relação a dois, mas garanto que se esse programa existir, serei o primeiro a entrar na fila para comprar, mesmo que seja vendido em duzentas vezes sem juros pelas Casas Bahia, mas até lá prefiro o corpo a corpo.
Bem, quanto ao site Bound Brazil, estamos quase lá e a qualquer momento todos poderão ver o que está guardadinho, pronto e embalado. Depende agora da boa vontade das empresas que comercializam as senhas e da dedicação dos webmasters. O fetiche ao vivo, à moda antiga, já está feito.

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