terça-feira, 30 de setembro de 2008

E aí Zé?


De repente você acorda e se vê ao lado de uma dominadora. Não haveria problema algum em se tratando de uma pessoa com tendências submissas, mas existiria apreensão se o individuo tivesse a mesma vocação. O que fazer?
A paixão não escolhe data, tempo ou idade, ela simplesmente acontece de uma hora para outra desde que o mundo é mundo, e isso está mais do que provado por todos os analistas da face da terra. BDSM é sexo quer queira ou não, porque fetiche sem conotação sexual é exibição em festa ou play-party.
Conheço casos e mais casos de pessoas que se acharam nessa vida com a mesma ótica fetichista, submissa ou dominadora não importa, isso acontece a todo o momento. Quando esse encontro ocorre fora do mundo do fetiche e ambos se descobrem aos poucos é mais fácil achar um ponto de convergência, mas se a coisa rolar já dentro do circuito fica duas vezes mais complicado. Imagine se uma ex-escrava da domme for a atual sub do mestre? Fica parecendo o samba do crioulo doido. (*)
Claro que uma boa conversa e o entendimento do que cada um leva consigo pode ser observado e serve como sinal conciliatório, desde que diferenças e egos sejam postos de lado, mas mesmo assim é um nó cego que o melhor mestre de bondage e shibari tem dificuldade de desatar.
Como praticar o fetiche nessa relação? Se existir um switcher tudo fica mais fácil, porém caso contrário, um escravo ou escrava deverá ser dividido em partes iguais, através de sessões feitas em conjunto ou mesmo em separado desde que exista respeito acima de tudo.
Ninguém é dono da verdade e esse assunto é uma questão de opinião, porque conheço pessoas que crêem que isso é humanamente impossível de conciliar, outros, entretanto, acham que com muita entrega pode ser que se consiga encontrar um equilíbrio necessário para viver uma relação assim.
Pode parecer que estou querendo colocar lenha na fogueira e atear fogo, mas isso é fato e acontece mesmo, porque ninguém está livre de gostar de alguém que tenha o mesmo tesão. Já vi funcionar bem no começo e dar muita bronca no final, soube de casos em que um se anulou em detrimento de outro e também fiquei sabendo de gente que foi e é feliz vivendo dessa forma. Portanto, nada do que foi dito aqui é novidade e cansa de haver dentro do BDSM.
Esse fato deve ser analisado de duas maneiras: se o casal for de dominadores poderiam conseguir dominar um casal de submissos e, em se tratando de um casal de submissos o mesmo poderia servir a um ou dois dominadores diferentes. A conta é mais ou menos essa, mas pode haver variantes, como um submisso ter um casal de dominadores, enfim, com jeito se chega a um lugar comum. O importante é que ninguém pode deixar o sentimento de lado mesmo que isso atrapalhe o desempenho do fetiche, e quando esse sentimento é verdadeiro fica muito mais fácil achar uma saída.
Nem sempre encontramos o par desejado e a relação pode andar certo por linhas tortas, e se não der certo de cara, pelo menos tente outra vez.
(*) Samba do crioulo doido é uma musica de 1968 de autoria de Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta) que conta uma história completamente sem nexo de um autor de samba enredo de escola de samba.

2 comentários:

Anônimo disse...

Querido amigo...sou uma pessoa que procuro descomplicar a vida e aceito o que ela me oferece,em bandeja de prata.Entre estas ofertas ,alguns relacionamentos com Dominadores.Todos gratificantes pq,inteligentes pessoas que são,jamais se preocuparam em praticar a Dominação,e eu tb não.Sou grata a cada um deles por respeitarem a mulher Domme.E grata ,tb,por me proporcionarem momentos felizes.
Creio que,quando se busca uma vida "sem grilos", a obtenção do prazer e da alegria chega com mais facilidade.bjs

Anônimo disse...

Tenho acompanhado seu blog e me atrevo a deixar um comentário sobre esse assunto. Embora não tenha tanta experiencia assim, nas vezes em que me vi numa situação como essa por mais paciência que tenha havido de minha parte, não deu resultado. Pode ser que a escolha tenha sido errada mas como você mesmo disse vamos continuar tentando. Parabéns pelo belo trabalho é de grande valia para o aprendizado.