terça-feira, 5 de agosto de 2008

Toda loucura será perdoada


Tem gente louca por carrinhos tipo Matchbox, há os que adoram aviões e navios da Revel, alguns colecionam discos antigos de vinil, outros revistas antigas, moedas, chaveiros, são tantas bugigangas que daria pra escrever umas trinta linhas, sem o menor exagero. Por acaso essa gente simpática, que gosta de coisas que outras pessoas também gostam podem ser considerados loucos? Podem sim, dependendo do significado em que a palavra loucura esteja inserida. Sou louco por futebol, louco pelo meu tricolor das Laranjeiras, mas também sou louquíssimo por mulher bonita e amarrada então, nem pensar...
O que pra muita gente parece loucura pra outros é parte da realidade do dia-a-dia. Desde que não me venham com a retórica de que ser fetichista é ser um louco tarado, o resto, bem do resto podem falar o que quiser. Ser louco por alguma coisa não significa ser insano, demente, desvairado ou anormal. Loucura aqui significa gostar demais, ser extremista mesmo, achar que tudo é possível quando sonhar é de graça e não faz mal a ninguém. Temos nossas vidas pública e privada, vivemos no mundo real e enfrentamos a batalha diária como qualquer ser humano, porém, temos um algo a mais que se olharmos nas entrelinhas, nos faz ser diferentes de uma forma bem legal. Verdade que muitas vezes temos que ficar anônimos, manter uma aparência que em diversos momentos está diretamente relacionada com sobrevivência, mas se formos buscar bem lá no fundo do nosso ego, podemos traçar um comparativo com as outras pessoas que apregoam o sexo normal, sem fetiches, e veremos que ter um “algo mais” é sem a menor dúvida uma grande vantagem.
Já parou pra analisar como seria a sua vida sem o fetiche? Desculpe, mas a minha seria uma merda! Não me suportaria mais e viveria os próximos anos como sendo os mais infelizes da minha vida. Há bem pouco tempo criei uma comunidade no UOL K com o nome de louco por mulheres amarradas, aos poucos outros tantos loucos como eu estão se juntando e, em breve, seremos centenas de loucos num canto qualquer, empunhando uma bandeira só pra dizer ao mundo que nossa loucura é a mais gostosa que existe.
Quantas vezes nos dizemos loucos por alguma coisa sem apresentar nenhuma patologia clínica que nos leve a uma internação em um sanatório. Me faz lembrar aquela petulante com o nariz de cadáver (como dizia Nélson Rodrigues), chamada Monica Valdvogel, que no programa Saia Justa durante a entrevista com a Bela do Dominna, referiu-se aos fetichistas como uma bando de loucos e pervertidos. Essa é parte representativa da sociedade politicamente correta da era dos canais alinhados com a opinião de uma elite que raciocina da maneira mais fascista que já existiu. Gente infeliz, que vive com antolhos e não enxerga um palmo a frente do nariz (aliás, que nariz...). E em nome dessa gente que mandarei uma coroa de flores com os dizeres “aqui jaz”, porque louco e pervertido é a mãe (coitada! Mas tive que meter a mãe no meio). Nossa loucura é linda e quando nos reunimos tem muita gente que passa e acha normal demais pessoas alegres e sorridentes dizendo uns aos outros: eu não sabia que havia tanta gente assim como eu!
A vida não é a festa que parece ser, mas enquanto houver vida haverá sempre a esperança em dias melhores, Então, viva a nossa loucura...

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