terça-feira, 24 de junho de 2008

Tudo sobre Bondage (Parte 3 - Mordaça & Safe Word)


Algumas pessoas mais enérgicas gostam também de ser amordaçadas. Como uma senhora disse "mantém o gás do champanhe". Amordaçar e ser amordaçado excita muitos homens - a maioria das mulheres diz que não gosta, mas a expressão de espanto erótico na cara de uma mulher bem amordaçada, quando descobre que só pode "mugir", é irresistível para os instintos de violação do homem. Além do simbolismo e da "sensação de desamparo", permite à vítima gritar e morder durante o orgasmo, sem se preocupar em se controlar, o que só poderia fazer sem a mordaça se possuísse uma cabana isolada ou dispusesse de um quarto à prova de som. Torna o dirigismo impossível, de maneira que as iniciativas do seu amante estão fora do seu controle. A maior parte dos homens que se excita com isto gosta de ser completamente silenciado. As mulheres ousadas acabam gostando disto após algumas tentativas, se forem do tipo que morde ou se gostarem de se sentir “desamparada” - outras detestam este método e não conseguem o orgasmo. Algumas gostam que seus olhos sejam vendados além de ou em vez de serem amordaçadas.

Mas é difícil amordaçar alguém com uma segurança de cem por cento, exceto nos filmes em que um pedacinho de seda sobre a boca da heroína permite que o herói passe a seu lado, sem ouvi-Ia. Também o "prisioneiro" nunca deve ficar em situação de não poder indicar algo de errado que esteja acontecendo. Um pedaço de pano comprido, que dê várias voltas, bem colocado entre os dentes, ou uma bolinha de borracha fixada no meio de uma fita de três centímetros de largura por um parafuso e porca (a "poire" tradicional dos bordéis franceses) são suficientes. A fita adesiva silencia quem quer que seja, mas é dificílima de tirar. Tudo o que se usar deve ser firme, não interferir com a respiração e ser fácil de tirar se alguma coisa correr mal para o "prisioneiro": se ele sufocar, se sentir mal ou qualquer outra situação de desconforto. Os sinais (isto se aplica a todos os jogos de imobilização) devem ser combinados de antemão e nunca se deve abusar deles ou ignorá-los - a sanção do seu uso ilícito pode ser, por exemplo, ter que "sofrer" mais dois orgasmos amarrado. Um grunhido em código Morse ou sinais como os usados em leilões são boas escolhas. O Código Federal de Segurança deve ser respeitado e colocado bem à vista, no quarto. Reza o seguinte:

1 - Nada pode ser amarrado em volta da parte anterior do pescoço do outro, ainda que sem apertar, e mesmo que seja a seu pedido.

2 - Nada que seja macio ou solto que possa ser engolido, ou qualquer outra coisa não especificada, pode ser enfiada na boca do outro, ou colocado no seu rosto, e qualquer mordaça ou nó. Deve desatar-se facilmente.

3 - Ninguém deve ser abandonado sem ajuda, mesmo que por pouco tempo, especialmente de bruços ou numa superfície macia como a de uma cama. Não adormeçam sem primeiro desatar o amante, sobretudo se tiverem bebido. Não mantenham ninguém amarrado mais de meia hora.

4 - Pratiquem jogos de imobilização apenas com pessoas que conheçam, não só social, mas também sexualmente; nunca um conhecimento ocasional, e tenham cuidado com os jogos de grupo. Isto se aplica tanto a casais como a todos os amantes em geral - algumas pessoas são pouco cuidadosas e outras sádicas.

Além de tudo isto, qualquer tipo de crueldade como amarrar alguém que tenha medo mesmo, cordas apertadas, meter coisas pela boca das pessoas, truques idiotas como pendurar alguém por qualquer parte do corpo. A imobilização como jogo sexual agradável nunca é dolorosa e sequer perigosa, pode claro, ser praticada apenas pela sua agressividade simbólica, mas pelo menos metade da recompensa diretamente física das pessoas que a praticam (e há muitas) reside no fato de a pessoa amarrada ter de lutar contra a prisão e nas sensações epidérmicas e musculares, alem da liberação de certos bloqueios infantis, pelo fato de terem prazer de qualquer maneira. Também ajuda a superação do nosso tabu cultural referente às sensações extragenitais intensas, que pertence ao mesmo tipo de bloqueios. Se tiverem cuidado, as marcas das cordas desaparecem em poucas horas. Queimaduras e hematomas provocados por cordas é conseqüência de falta de jeito - deve-se também ser rápido ao tirar as cordas de modo que o homem não fique tolhido por ter continuado "preso" depois do orgasmo e a mulher possa "voltar a terra" confortavelmente abraçada ao amante. Você pode ser agradável, adequado e simbolicamente impetuoso, qualquer que seja o sexo, sem se tornar mal nem desajeitado, estragando tudo. A receita certa, aqui como em toda a atividade sexual é violência e ternura em proporções iguais. Se não se consegue "sentir" a medida exata de violência que o amante aprecia, é preciso lhe perguntar e tirar vinte por cento, desconto justificado pela diferença entre realidade e fantasia. Qualquer casal que aprecie o amor violento e goste desta idéia, desde que siga as regras, não perderá nada em aprender a executar a técnica de imobilização suave, rápida e eficientemente. Isto não é esquisito nem assustador, mas apenas humano.

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