
Existem pessoas abnegadas com seus projetos e sonhos aos quais se dedicam de maneira full time, deixando a vida de lado e vivendo em função de um caminho que nem sempre se tem a certeza de onde pode dar.
Conheci Nefer há uns quatro anos atrás quando através de um amigo em comum me pediu que cedesse um horário em um bar que eu possuía na época, para abrigar a sua festa semanal.
Vi naquela mulher uma mistura da firme e forte Bárbara Reine criadora do Grupo Somos de São Paulo, com a empreendedora Bela do Clube Dominna. Senti muito mais do que isso quando vi na primeira festa, a presença de pessoas que enfim encontravam abrigo para seus fetiches.
Havia uma organização impecável, mesmo sabendo que só se chegava até onde a grana podia levar. Presenciei sua força e me deixei levar de volta ao mundo do fetiche, à cena dos nós, e vi delirar uma plêiade de podólatras.
Hoje a festa FetiXe(*) é uma realidade e faz parte do calendário nacional de quem é do ramo. Nefer nunca concorreu com ninguém, apenas abraçou a sua causa e a leva adiante até hoje, contra tudo e contra todos, rumando firme e forte muito além de suas próprias possibilidades.
Passados esses anos, vários canais de mídia reconhecem seu trabalho e ela dá cada gota do seu sangue para ter uma sede, um lugar só dela e da sua festa, para onde essa verdadeira turma de seguidores tenha, enfim, seu lugar demarcado e de lá nunca mais possam sair.
Esse Blog em parte deve a Nefer essa citação, que nem de longe pode e deve soar como homenagem porque simplesmente a sua luta continua e sei que jamais vai deixar de acontecer. Minha volta ao mundo do fetiche se deve aos exemplos passados e deixados a cada dia, por cada uma dessas pessoas as quais me referi nesse artigo. Mesmo que parte da intelectualidade hipócrita desse buraco encravado no cone sul da América Latina, siga torcendo o nariz a essa gente simpática que só deseja se misturar com quem gosta do que eles gostam, a Neffer, a Bela e o Podo com sua festa Desejo, pouco vão se importar com essas críticas desmedidas de quem nunca ouviu falar do assunto em pleno século vinte e um. Gente dos canais GNT, que hoje se acham verdadeiros baluartes da intelectualidade, podem achar ridículo um milhão de vezes que um homem se deixe acorrentar e coma comida de cachorro numa casinha, que outro seja pisoteado e por gratidão beije os pés de sua algoz, porém, essa gente jamais vai deixar de por pra fora o que é desejo e a luz do seu tesão.
Portanto, Bárbara, Nefer, Bela, Podo, obrigado por tudo que vocês fizeram e fazem pra que nós, fetichistas assumidos, nunca deixemos de lado a nossa razão de existir.
(*) FetiXe com X é uma forma simbólica de denominar a Cruz de Santo André, muito usada nessas festas de fetiche para apresentações sado-masoquistas.
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