terça-feira, 12 de março de 2013

Intolerância


Preferência sexual é coisa particular. O nome já diz: eu prefiro isto àquilo.
Daí, em certos casos, algumas dessas preferências se tornam práticas repetitivas e por conseqüência passam a ser consideradas um fetiche.
Alguns exteriorizam esses desejos outros não. Preferem o segredo.
Mas quando a preferência é pouco comum nem sempre a compreensão da sociedade é bem vinda. Porque é mais fácil admitir quem goste de bunda a quem goste de pés, por exemplo.
Muitas vezes o politicamente correto é preconceituoso.
E exclusão nesse modelo de sociedade latino infestado de dogmas e paradigmas é regra. Basta mencionar que você tem tendências a gostos diferentes dos considerados normais pelos gênios da intolerância e o tempo fecha. Porque todo mundo considera Freud um gênio, incontestável, e o que ele viu há cem anos atrás ainda é regra num lugar onde já existe luz elétrica.
E pior do que os especialistas são os entendidos. Pessoas que nunca flertaram com um assunto desses e quando batem de frente recorrem ao Google, a Wikipedia, na ânsia de achar um mísero significado sem saber que qualquer mortal pode postar o que quiser nesses lugares sem ao menos ter a noção básica exigida. E tome porrada!
As manifestações fetichistas não devem ser encaradas com desprezo, apenas com respeito.
Isso acontece invariavelmente quando alguém tenta convencer quem nunca experimentou uma fantasia a tentar. E por que não escolher pessoas do meio para esse tipo de jogo? Porque muitas vezes os encontros acontecem do lado de fora do circulo, justamente porque as pessoas que gostam de fetiches têm uma vida tão normal como de qualquer outro ser humano. Elas trabalham, estudam, se dedicam a projetos de vida nem sempre ligados a este tipo de atividade.
A sociedade impõe códigos de conduta em todos os sentidos. É midiático, moderno, cultural às vezes. As mulheres cheinhas hoje não têm vez diante da magreza assoberbada que preenche as páginas de revistas masculinas. Mulher pra ser gostosa e fatal nos tempos modernos tem que malhar seis horas por dia e tomar bomba. É a moda. E fodam-se as gostosas gordinhas porque elas têm uma barriguinha protuberante e estão fora de padrão.
Porém, acredita nisso quem quer. Os “maria-vai-com-as-outras”, os pobres de espírito, os que seguem as receitas da Ana Maria Braga e dão ouvidos as recalcadas do Saia Justa.
Meu desejo escolho eu, não a mídia.
Meu prazer é assunto pessoal e intransferível e nem tem na mão de cambista pra vender. Pra mim tanto faz, magra ou gordinha, se for mulher e gostar do que gosto é bem vinda. Mas não me venham com esse papo de perna dura ou perna mole, porque o que tem que estar duro é outra coisa, não as pernas.
Portanto, a intolerância social nos dias de hoje é algo a ser discutido. Não pode haver conformismo e ninguém deve fazer o papel de vaca de presépio a quem tenta impor o que é certo ou errado. Quem trepa sou eu, não esses críticos idiotas ou fotógrafos metidos a besta que criam esse tipo de banalização da mulher e do sexo. Porque alguns, nem de mulher gostam. Nada contra o homossexualismo, entretanto, há que haver reciprocidade do lado de lá com quem é hétero.

Por isso, eu sigo a minha receita que vem dando resultado faz mais de meio século. E pasmem, as fantasias sexuais têm tido boa penetração no universo baunilha. Cada vez mais é comum ver pessoas que não têm acesso a glossários fetichistas admitindo interesse em algumas práticas. O resultado disso é a divulgação, porque embora alijado da mídia que só se interessa quando uma celebridade lança mão de cenários fetichistas pra ganhar grana, o fetiche é atrativo pra quem quer mudar de ares, experimentar coisas novas e mandar a mesmice de vez pro espaço.



Então, dou as boas vindas aos novos habitantes desse universo que recebe quem chega sempre com os braços abertos e um sorriso no rosto. A intolerância aqui é assunto encerrado!

3 comentários:

vh carioca disse...

O que houve amigo?

ACM disse...

VH meu brohter, as mesmas velhas histórias... as quais estamos acostumados, gente que não sabe onde enfiar a lingua

Abraço!

Sarah Calcinha disse...

Sábias palavras ACM. Que cada um tenha o direito de gostar do que quiser e ser feliz assim.