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quinta-feira, 30 de junho de 2011
Coisas de Casal
O sujeito abriu a janela encheu o peito e soltou um arroto. Isso quando não levantava a perna e eliminava todos os gases sentado na poltrona da sala assistindo a TV. Ela estava farta disso tudo. Não fosse o tal cara o parceiro perfeito, aquele que vez por outra a levava as raias da loucura já tinha mandado ele pastar ou cantar noutra freguesia...
Mas o problema não se resumia aos gases acumulados, expelidos com freqüência e naturalidade. O cidadão não era polido. A falta de postura e educação era de saltar os olhos. Bastava dar de cara com ele e ficava fácil perceber que o dito cujo era um ogro.
Certo dia, já cansada, resolveu abrir o jogo com uma amiga.
Falou de todas as merdas que o marido fazia, queixou-se, maldisse o boquirroto de tal forma que recebeu de volta: “porra, manda esse cara pra esquina amiga. Nem filhos vocês tem que possa criar uma ruptura complicada!”
Mas a banda não tocava apenas nesse acorde. A mulher era fetichista de carteirinha, lavrada em cartório e assinado por três tabeliães. Um fetiche complicado, daqueles que não se acha em qualquer birosca mais próxima. Pra ela somente um instrumento calibre quarenta e cinco era capaz de saciar sua libido, sua tara, seu fetiche. O ogro sem qualquer tipo de polimento era um super dotado, dono de um cacete enorme!
Falou meio constrangida. Sabia que contar uma tara nem sempre é legal. A impressão que fica em quem escuta pode ser de reprovação, essas coisas. Mas já era tarde, ela tinha que dizer a alguém ou apelaria a um terapeuta, mas pra isso faltava grana.
Naquele instante a amiga pensava... E ela louca pra ouvir qualquer coisa roia as unhas.
A colega soltou um muxoxo: “sendo assim amiga, a coisa complica. Melhor aturar do que ficar sem.”
Mas era pouco. Ela queria uma possível solução através de um conselho ou até mesmo um ombro amigo que naquele momento lhe ajudasse a segurar a barra. Não deu.
Voltou pra casa e no ônibus veio matutando, mas cada vez que pensava no que havia feito mais arrependimento lhe passava pela cabeça. Abrir o jogo às vezes tem suas desvantagens.
A vida foi em frente e pouco a pouco começou a notar uma mudança brusca no marido. Antes distante e extremamente egoísta – fora os arrotos e bufas – o sujeito passou a ser mais atencioso e cuidadoso.
Não reclamava tanto, elogiava sua roupa, sua dedicação, coisas que o passado escondeu em meio a tanta convivência conturbada. Ela nem se lembrava mais que um dia ela fora assim.
Passou a vir correndo do trabalho pra preparar a janta do marmanjo. Ele nem sempre a deixava esperando quando voltava do batente pra se exilar no bar da esquina.
Entretanto, um detalhe a intrigava. Em seus momentos de fúria e falta de educação e atenção o marido era mais participativo. Por mais ignorante que se mostrasse pelo menos três vezes por semana a procurava antes de dormir, ainda que viesse com bafo de cerveja e cheirando a pinga pelos poros. Sua mudança aparente trouxe uma distância e o sexo uma vez na semana era o máximo que rolava...
Sem que ele soubesse juntou uma grana e comprou um vibrador bem grande pra afagar suas noites vazias. O fetiche precisava ser praticado e preservado.
Pelo menos o caralho de borracha não a tratava mal e ela o tinha na hora que fosse.
Foi levando na boa até o dia em que se atrasou na volta do trabalho (ele normalmente chegava mais cedo) e o viu entrar num bar de melhor freqüência, perto de casa. Observou atenta e curiosa, afinal a mudança de hábitos também incluiria deixar de ir ao pé sujo?
Na espreita percebeu o marido num papo animado numa mesa com sua amiga a qual havia contado seu caso. Ela gelou, tremeu, mas foi corajosa e parou diante dos dois e da mesa.
Todas as explicações não colaram, nem mesmo quando a cínica disse que estavam de conversas na tentativa de fazê-lo mudar em relação a ela no casamento. Decidida, juntou suas coisas e foi embora.
Hoje espera apenas o divórcio e pensa em praticar bondage. Mas não se animem aqueles que não preenchem seu principal requisito!
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8 comentários:
Amigão, como voce disse outro dia as mulheres são complicadas.
Afinal ela quer experimentar bondage e a super trolha?
Tomara que ache.
Abraço
Bond
Bond brother
Sabe como é, pra nós fetichistas nada parece impossível a princípio...
Quem sabe com um bom papo e compensando daqui e dali ela aceita uma oferta?
Abraço
ACM
Meu Insano Senhor,
Dentre outras coisas, por estas e outras, sou avessa ao casamento.
Experimentar? Quem não quer... eu quero.
Beijos da às vezes doce e sempre ácida, Lollis
antes um pássaro na mão que doi voando...
Mas eu arrumaria um amante e não um vobrador.
petbeijos...
olá nobre escritor,
passadinha apenas para bisbilhotar a morada e matar a sdd de nossas prosas textuais....*pisc
brigadinha pela visitinha lá naquela casa repleta de melodrama, do jeito que vc gosta...hehehehe
bjs melodramáticos
Pequena DAMA
Bons e maus momentos só experimentando pra ver...
Uma verdade: essa história te deixaria muito ácida!
Beijos
ACM :)
Querida dogpet
Antes ou depois?
Se for depois ela já anda atrás...
Beijos
ACM :)
ternura,
Melodramas...
Acho que não vivo sem eles.
Bom, pelo menos os vejo passando por aí.
Visito sempre as boas moradas
Beijos
ACM :)
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