
O celular toca, aparece um numero desconhecido, Ele atende: alô!
Ela: oi, ainda lembra da minha voz?
Ele: como esquecer te liguei umas trezentas vezes, você sabe...
Ela: não dava e precisei de um tempo
Ele: teve todo o tempo do mundo, mas um “até logo” qualquer um fala.
Ela: deixa pra lá, já foi há tanto tempo, mas você ainda tem aquelas cordas?
Ele: nunca deixei de ter. Por quê?
Ela: sei lá, bateu saudade delas.
Ele: mas você alegou tanta coisa, reclamou de excessos, não entendo.
Ela: é que vi um filme outro dia daí...
Ele: por que não rolou com meu sucessor?
Ela: porque não havia isso, era diferente.
Ele: ainda guardo seu último email, lembra do que estava escrito lá?
Ela: foi um desabafo, na época estava intenso demais. O fetiche era seu, não meu.
Ele: era nosso, fazíamos juntos.
Ela: mas tinha que ser sempre, encheu o saco!
Ele (pensando): porra! Vou perder meu compromisso...
Ela: você está escutando?
Ele: claro, estou pensando no que valeu e no que não valeu a pena.
Ela: tudo foi bom e valeu a pena, senão não haveria saudade daqueles dias.
Ele: mas a saudade é de momentos, não significa tudo e eu sempre quis tudo!
Ela: nesse tempo rolou com alguém?
Ele: às vezes, nada sério, um pouco aqui e outro pouco ali.
Ela: compromisso?
Ele: só umas pessoas que estão me esperando pra um bate-papo, nada além.
Ela: te perguntei se está compromissado com alguém.
Ele: já te disse, nada sério ou que valha muito a pena.
Ela: e o fetiche?
Ele: vivo com ele o tempo todo, dorme comigo e acorda comigo.
Ela: você não se acha egoísta?
Ele: pode ser, mas como achar uma outra maneira?
Ela: poderia pensar melhor, se auto-analisar, saber que nem sempre é assim.
Ele: tem que ser assim, porque perdi tempo demais procurando respostas.
Ela: alguma chance de agente se ver?
Ele: melhor deixar isso no passado (pensou: e agora? Balançou...)
Ela: sem nada sério, apenas algumas vezes.
Ele: você sabe que sou intenso e quero sempre mais. E depois?
Ela: pra que depois? Você sempre disse que tem que ser na hora.
Ele: mas depois você vai embora, some de novo e o fetiche fica comigo.
Ela: mas ele é seu, não meu, você sempre assumiu isso.
Ele: mas se te tocar eu grudo.
Ela: então me amarra e se apega.
Ele largou o compromisso e foi se apegar a ela...
Esse diálogo é real e aconteceu com uma pessoa que eu muito admiro.
Muitos poderiam questionar se valeria ou não esse reencontro, mas o compromisso foi literalmente para o espaço e eles se encontraram novamente. O que vier depois eu conto se um dia souber.
Um comentário:
o fim do diálogo quando ela diz: me amarra e se apega é demais.
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